31 de dez. de 2007

Obscuro

Já não sei por onde sigo
desconheço esta estrada
tento encontrar no mapa
e nada
busco pistas no escuro
nem sei se existe muro
fico paralisada
uma luz, então, se acende
e ilumina tudo
mas de nada, nada adianta
se eu só vejo a luz

BiláBernardes

Publicado no Recanto das Letras
em 30/12/2007Código do texto: T797429


Maria Angélica querida "Obscuro "faz pensar na luz que cega mo men ta nea mente

Inspiração em"Obscuro "

na extrema luminosidade
um Branco total
VAZIO
uma nova idéia a nascer
zaz traz
Flash
a cortina se abre
da cartola do mágico
um pássaro...
uma flor
mil e uma possibilidades
um arco-írís em leve seda dança...
surpresas
superam os planos
as retas
poê-nos em circulo
ascendentes mariposas
feito bailarinas
ao nascer do sol...

bjs virgínia

19 de dez. de 2007

Natal 2000


É Natal
luzes piscam
por toda a cidade
gente corre
apressada
empacotada
carros andam
entupindo
nossas ruas

É Natal
pobres deitam-se
nas calçadas das esquinas
povos doam
consciências aliviam
poucos vão
agradecer ao Deus menino
o comércio se enriquece
nas vitrines

É Natal
paz amor
em muitos cantos
lado a lado
muitos morrem
matam
se revoltam
por não terem
mesmo destino
de quem compra
com dinheiro
sua sina.


Bilá Bernardes

11 de out. de 2007

16 de set. de 2007


Programação: Caminhos da Poesia

O presente projeto leva poemas

1) - em varais, poemas que ficam para quem quiser colher;

2) - em tapete estendido para que se caminhe sobre os poemas enquanto se lê;

3) - em expressão oral onde serão apresentados os seguintes poemas:
Café Temperado , Clima de Agosto, Surdez, Acolhimento, As Estações em Mim, Indignação, Escondida, No Espelho, Ira, entre outros.

Informações: 3277 7420 / 3277 7336





31 de ago. de 2007

no fundo do fundo

no fundo do fundo

no fundo do fundo
da gruta
olho a paisagem
penetro, não vejo
o que olho
no fundo penumbra
deslumbra
não vejo
Desejo?

Trocas

Trocas

perdi o meu anel
no mar
perdi muito mais
perdi o corpo jovem
perdi a despreocupação
as ações inconseqüentes
perdi a cor bronzeada

não pude mais encontrar
mas encontrei algo novo
encontrei novos rostos
novas formas
capacidade de discernimento
experiências inúmeras

uma vez chorei na praia
o amor que se perdeu
encontrei-me em novo amor
amor fiel que permite
amar a outros também
amor por mim

meu anel que virou concha
meu amor que já cresceu
e floresceu

perdi nada
onda levou anel
trouxe saber
em maturidade
troquei

4 de jul. de 2007

Cônsul em Poetas del Mundo


Agradeço, em especial a Clevane Pessoa que indicou e Delasnieve Daspet que enviou-me o convite.Tentarei fazer, desse diploma, uma porta e dos poemas a chave que abra espaços para que se possa mostrar a paz através do sentimento de solidariedade, de apoio à humanidade, de respeito às diferenças.

Consciência

Não cruzar os braços
Fazer justiça acontecer
Usando a lei
cobrar direitos e
cumprir deveres
encontrar os modos
de ir à luta e envolver
os outros seres
Ser fiel aos preceitos
de minha gente
mas respeitar e aprender
com o diferente

Bilá Bernardes

Vida Simples




Acordar junto
com a natureza
ouvindo o canto
dos pássaros
sentindo o cheiro
fumegante do café

ver os primeiros
raios do sol
passando nas frestas
de nossas janelas

caminhar descalço
sobre a madeira
do chão
olhar pro alto
e ver no céu
o vermelhão

perceber na varanda
o rangido
da rede
em balanço
pelo avô
que se levantou
antes do sol nascer

sentar à grande mesa
na cozinha
junto a toda a família
comer quitandas
fresquinhas
viver  vida
do interior
isso é paz
é simplicidade

17 de jun. de 2007

Escolha

muros são construídos
para impedir
ou para serem pulados?

Janelas existem
para serem abertas
ou para fechar?

Portas são pra sair
ou pra se deixar entrar?

Flores pra se colher
ou para na planta ficar?
É possível escolher?


Se o não coubesse aqui
pra que, então, existir?

21 de mai. de 2007

Guerra e Paz

"Se o seu coração bate

o meu apanha"

Se seu olhar me atinge

o meu assanha


Se o seu rosto embrutece

o meu manha

Se a casa está fria

quando chego aquece


Se a vida está triste

ávida

minha alegria aparece


Se não há desencontro

nem conflito a apaziguar

sem graça a vida parece


vamos nos movimentar

bata olhe assanhe alegre-se

aqueça, encontre

AME

BiláBernardes

7 de mai. de 2007

Ninar sem Medo

BiláBernardes

Boi boi boi
boi da cara preta
de olhar manso e dócil
pega essa criança
que tem medo
nina-a no colo
ensina a careta
que só faz rir
por graça que tem
Bicho Papão
só da imaginação
coma todos os bichinhos
que incomodam o sono
deste menininho

28 de mar. de 2007

Batidas


Meu coração

quer bater por você

Minha pele tem
nova energia
e quer trocar
tocar a sua pele

Meus pêlos
querem encontros
de embaraçar com os seus

Meus lábios se abrem
à espera da boca
que antecipa na escrita
as palavras que dirá

Meus olhos querem
esperam se perderem
no intenso brilho dos seus

Invisto, me visto
para me despir
quando encontrar você

6 de fev. de 2007

Temporal

o vento vira a esquina
traz folhas em redemoinho
cria vida em rodopio
depois vem a calmaria

veio o vento só lembrar
que o tempo é imprevisto
vou sair para dançar

Bilá Bernardes

11 de jan. de 2007

Loucura

Loucura
é
chorar
e
não tentar
secar as lágrimas

Loucura
é
estar triste
e não buscar
a alegria

Loucura
é
sofrer
e
não ver onde
o alento

Loucura
é
fugir
quando
o enfrentamento
abre caminho
pra
ser feliz

Às vezes
a
loucura
é arma
pra se manter
a
vida